Ciência e Saúde com: Drª Lúcia Carraro
Com a pandemia do Covid-19, ouvimos frequentemente falar da existência de grupos de risco para a doença, em que se enquadram os idosos (mais de 60 anos) e pessoas de qualquer idade que tenham comorbidades, como cardiopatia, diabetes, pneumopatia, doença neurológica ou renal, imunodepressão, asma, obesidade e outras.
Entre estes fatores, os estudos mais recentes apontam o crescimento de casos graves de Covid-19 em pacientes obesos. Para entender melhor sobre o que eleva o risco de vida neste grupo, a equipe da Bodyfarma Nutrition foi conversar com uma especialista no assunto.
Entrevista com a Drª Lucia Carraro
A Drª Lúcia Carraro é médica formada pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), com Residência em Endocrinologia, especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Mestre em Endocrinologia pela PUC-RJ e Professora do Curso de Pós-graduação em Endocrinologia da PUC-RJ.
Na entrevista à Bodyfarma, a Drª Lúcia traz importantes apontamentos sobre os riscos do Covid-19 para pacientes obesos. Contando experiências profissionais e relatando conclusões científicas, a doutora fala também de outras síndromes metabólicas e reforça a importância de uma vida com hábitos saudáveis. Confira!
Bodyfarma – Em suas mídias sociais, a doutora declarou que “uma das lições emergentes desta pandemia é o impacto da obesidade na evolução desfavorável com risco de vida em pacientes com Covid 19”. Poderia explicar como esta informação se processa?
Drª Lúcia – Minha experiência pessoal e várias publicações, como revisões sistemáticas e metanálise têm demonstrado que a obesidade é um fator prognóstico e de risco independente para a severidade da COVID-19. Entre elas, poderia citar este estudo mais recentemente publicado: Obesity is a risk factor for developing critical condition in COVID-19 patients:1. A systematic review and meta-analysis. Obes Rev. 2020 Jul 19. doi: 10.1111/obr.13095 (em tradução livre, “A obesidade é um fator de risco para o desenvolvimento de uma condição crítica em pacientes com COVID-19: uma revisão sistemática e metanálise”).
Bodyfarma – E por que pacientes com Covid-19 têm maior risco de vida se forem obesos? Quais aspectos da obesidade se associam às complicações da doença?
Drª Lúcia – A obesidade é uma doença crônica, grave, multifatorial e associada a várias comorbidades como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemia, entre outras, aumentando o risco de doença cardiovascular. A obesidade, especialmente em abdômen, desencadeia um estado pró-inflamatório e pró-trombótico e pacientes, mesmo aqueles sem outras doenças citadas acima, já se encontram num estado inflamatório cronicamente e a COVID 19 é uma doença que na fase 2 ocorre uma “tempestade” de citocinas inflamatórias agravando um organismo que já se encontrava previamente inflamado.
Bodyfarma – E como é identificada a obesidade em pacientes? Além do peso, há outros aspectos?
Drª Lúcia – A obesidade é definida pelo acúmulo anormal ou excessivo de tecido adiposo no organismo com risco à saúde, resultante da quebra do balanço energético. A obesidade é muito mais do que o simples acúmulo de gordura corporal, pois representa o acúmulo de um tecido vivo, um órgão endócrino, dinâmico e capaz de secretar substâncias químicas (adipocinas), que interferem em órgãos e sistemas ativando processos inflamatórios silenciosos, pró trombóticos com resultados devastadores para a homeostasia do organismo. A obesidade está associada ao estado pró-inflamatório secundário ao aumento da produção de citocinas inflamatórias pelos adipócitos viscerais.
Bodyfarma – Como medir o risco da obesidade?
Drª Lúcia – A mensuração da obesidade é realizada através do cálculo do índice de massa corporal (IMC) que é o peso em kg sobre a altura em m ao quadrado, e é o padrão internacional para o diagnóstico da obesidade. Valores de IMC acima de 25,0 kg/m2 caracterizam excesso de peso, sendo que, valores de 25,0 kg/m2 a 29,9 kg/m2 correspondem a sobrepeso e valores de IMC ≥ 30,0 kg/m2 à obesidade.
O IMC tem uma boa correlação com gordura corporal, tendo a vantagem da simplicidade da medida e muito usada em estudos epidemiológicos, mas tem a limitação de não diferenciar tecido adiposo de massa magra. A medida da circunferência abdominal é o melhor parâmetro para diagnosticar obesidade central e para relacionar-se com risco metabólico.
Covid-19 e hábitos saudáveis
Bodyfarma – Existem medidas que podem ser adotadas por pacientes obesos para a redução dos riscos do Covid-19 associados à obesidade?
Drª Lúcia – As medidas que devem ser adotadas são aquelas necessárias para uma redução de peso saudável e sustentado estimulando uma alimentação balanceada, nutritiva, de baixo valor calórico, evitar privação de sono e estresse e incentivar atividade física regular favorecendo um balanço energético negativo e redução de peso.
Bodyfarma – Quais outras síndromes metabólicas a doutora pode dizer que também aumentam o potencial de risco de vida com o contágio do Covid-19?
Drª Lúcia – Diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial e gordura visceral.
Bodyfarma – E para a redução dos riscos, de que forma os hábitos saudáveis podem contribuir?
Drª Lúcia – Hábitos saudáveis levam a um equilíbrio de todas as funções vitais do organismo aumentando as nossas defesas imunológicas.
Bodyfarma – Uma das soluções que a Bodyfarma Nutrition traz para substituir o açúcar na dieta é o Xylitol+. Por que este produto é melhor do que o açúcar e outros adoçantes?
Drª Lúcia – Esse adoçante é considerado natural por ser extraído a partir de fibras de algumas plantas, como ameixa e milho. A grande vantagem associada a ele se deve ao fato de seu índice glicêmico ser bem baixo, de apenas 7, enquanto com o açúcar normal esse número varia de 60 a 70, tendo efeitos insignificantes na glicose sanguínea e na insulina. Portanto, nenhum dos efeitos nocivos do açúcar se aplicam ao xilitol.
Ele também pode ser considerado um adoçante amigável para quem está querendo perder peso, uma vez que contém 40% menos calorias que o açúcar comum. Para pessoas com diabetes, pré-diabetes, obesidade ou outros problemas metabólicos, o xilitol é uma excelente alternativa ao açúcar.
Adoçante Natural Xylitol +
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Bodyfarma – A suplementação de proteína, como o Cacao e o Vanilla Protein, é grande aliada da rotina de praticantes de atividades físicas. Em quais casos, a doutora recomenda a suplementação alimentar com proteína para o tratamento das síndromes?
Drª Lúcia – Em pacientes com obesidade sarcopênica com baixa ingestão de proteínas há necessidade de suplementação proteica para ganho de massa muscular auxiliando na perda de gordura.
Whey Cacao Protein
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Whey Vanilla Protein
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Bodyfarma – Um dos produtos de maior sucesso da Bodyfarma para quem busca por uma vida saudável é o PEB Energy. O uso de termogênico pode ser indicado para a prevenção ou tratamento da obesidade?
Drª Lúcia – Substâncias termogênicas são aquelas com capacidade de aumentar o metabolismo basal. Efedrina e cafeína fazem parte deste grupo, sendo os representantes mais notórios e estudados. Embora se tenha mostrado eficaz em relação à perda de peso , a efedrina foi retirada do mercado em razão de seu perfil de segurança.
Bodyfarma –Por que a cafeína dos termogênicos gera mais energia do que o café puro?
Drª Lúcia – A cafeína é um dos principais suplementos termogênicos utilizados para potencializar a perda de peso. Promove melhora de performance em atletas treinados e também em atletas amadores. A forma anidra, presente em vários dos pré-treinos, é superior quando comparado ao café. Promove benefícios em esporte de endurance e também nos chamados esportes de caráter intermitente, como futebol e outros esportes coletivos e dados mais recentes também na força muscular.
Bodyfarma – O PEB Energy tem uma formulação desenvolvida com 260 mg de cafeína. Qual a dosagem de cafeína recomendada para consumo diário?
Drª Lúcia – A dosagem para se obterem os benefícios ergogênicos de cafeína é de 3 a 7 mg/kg/dia, consumidos preferencialmente 1 hora antes da atividade física.
Termogênico PEB Energy
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Onde encontrar a doutora?
A Drª Lúcia atende na Clínica Carraro, localizada na Barra da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, no endereço: Avenida das Américas, nº 3434 – Bloco 4 – Sala 407 do Centro Empresarial Mário Henrique Simonsen. Para saber mais a respeito das síndromes metabólicas, siga a página no Instagram: @dra_luciacarraro.