Existe uma confusão entre os praticantes de atividade física quando o assunto é a diferença entre mobilidade e alongamento. Geralmente são associados ao preparo para o treino, mas há uma questão muito importante a ser considerada: mobilidade não é o mesmo que alongamento. E não é apenas o exercício em si que difere, pois ambos servem a distintos objetivos e a sua prática conjunta tem altos riscos de lesão. Vamos entender melhor.
O que é e para que serve a mobilidade?
Mobilidade é a capacidade de explorar os movimentos em toda a sua amplitude. Um exercício de mobilidade tem o objetivo de aquecer as articulações com movimentações estáticas ou dinâmicas a fim de aumentar a amplitude com que se realiza uma atividade. Esses exercícios podem ser simples ou complexos e geralmente utilizam apenas o peso corporal. As áreas mais trabalhadas são quadril, tórax, cervical, ombros e tornozelos.
Também denominada aquecimento articular, a mobilidade é realizada após um exercício de aquecimento (cárdio) e serve para preparar a região trabalhada para receber cargas maiores nos exercícios que seguem. Por isso, é ideal para antecipar treinos de força, como musculação e cross fit.
Qual o objetivo do alongamento?
Diferentemente da mobilidade, o alongamento trabalha com o ganho de flexibilidade muscular, ou seja, com o estiramento da unidade músculo-tendínea. Esta atividade é diretamente oposta aos treinos de força muscular. Enquanto essa se volta à contração, o alongamento objetiva o estiramento. Por este motivo, os músculos precisam de um tempo para a recuperação e recomenda-se que estas duas atividades sejam realizadas com um intervalo de, no mínimo, 12 horas.
Apesar de gerarem exigências musculares diferentes, a prática do alongamento também beneficia os treinos de força, pois o ganho de flexibilidade melhora a performance atlética e diminui os índices de lesões. Outros usos do alongamento são em programas de reabilitação física, pilates e demais atividades funcionais, nas quais são aplicadas diferentes técnicas, como os alongamentos balísticos, estáticos e a facilitação neuromuscular, que se diferenciam pelo processo aplicado.
Onde entra o aquecimento?
O aquecimento muscular pode estar realizado antes de um treino de mobilidade ou de alongamento, e nunca deve ser negligenciado em uma atividade. Ele aquece o corpo para protegê-lo de lesões e possibilita melhor desempenho em qualquer atividade física que se segue.
Alongamento pós-treino: pode?
Como explicamos acima, não é recomendado realizar alongamento em menos de 12 horas após atividades de força muscular. Os exercícios pós-treino devem ser voltados ao relaxamento muscular, e não ao estiramento. Portanto, não force seus músculos demais nesta última fase da atividade, apenas promova o cuidado que eles precisam para ter uma boa recuperação.
Conclusão
Tanto a mobilidade quanto o alongamento são trabalhados para o aumento da performance física. Associados a uma rotina de treinos de força, melhoram o desempenho e previnem lesões em atletas ou praticantes de qualquer atividade. Contudo, deve-se ter o cuidado de realizar o intervalo adequado para a recuperação muscular. Caso contrário, não será possível ter os resultados esperados, os riscos de lesões aumentam e a performance fica prejudicada.
